domingo, 3 de julho de 2011

A mulher perversa

 

Como alquimista, banhei o bronze, maturei o oricalco, fundi os elementos e da ganga saiu um metal dourado, tão reluzente quanto o ouro.

 
MAS NÃO ERA OURO.

 
O ouro sempre vai ser ouro. É o metal nobre por excelência, e a natureza fá-lo assim desde sua concepção, seja enodoado pelo cascalho do leito, seja incrustado nas profundezas das minas. É nobre, e seu futuro é sempre as tiaras e as gargantilhas da nobreza.


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Perversidade é uma palavra temível. E tem pessoas que são assim desde o berço.

Aquela garota era genuinamente perversa.

Sua voz doce; seus olhos verdes, meigos; sua expressão angelical; suas ideias nobres acerca do mundo, da vida - tudo caiu por terra, mostrando o quanto a casca brilha sobre um interior medíocre.

A mulher perversa causa muitos estragos na humanidade. Vez ou outra surge uma que mostra a que veio. E o grande perigo é quando atuam na sombra, subrepticiamente, brincando com o sentimento de suas vítimas.

Sádica? Míope de empatia? A mulher perversa traz uma grande mácula em sua alma. É obscuro o teu destino, mulher perversa, e lamentável o teu presente. Porque tu és humanamente incapaz de amar a fundo quem quer que seja. E sempre vai ser assim. Teu coração é uma casca rija e seca. Tua alma é um deserto árido e deprimente.

Se um dia, por um desses mistérios da vida, teu coração pulsar forte por alguém, esperemos que a lei do karma não seja tão implacavelmente infligida contra ti.

Porque o silêncio, até mais que a altercação, é uma lâmina que fere a alma; ela trespassa o coração e queima como brasa. É o gesto mais terrivelmente desumano que alguém pode praticar.

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