sábado, 16 de janeiro de 2010

O grande duende (miniconto)

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O grande duende era mesmo um fanfarrão.

Saiu das matas e foi diretamente habitar uma assobradada mansão de um Mestre Maçom.

Nunca consegui manter-me sério ao lado dele. Era hábil em apanhar os ridículos alheios e transformá-los em alcunhas e anedotas de fazer rir o mais grave dos homens.

Até que um dia, escondido entre os víveres despachados numa anônima campanha de fraternidade da loja, o grande duende acabou saltando na casa misérrima de um braçal da periferia.

A penúria ali era gritante, trágica, medonha.

A partir desse dia o duende fanfarrão nunca mais recuperou seu bom humor. Vivia amuado.

Era o fim do elemental. Era hora de se humanizar.

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